segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nada a ver

There are no unlockable doors
There are no unwinnable wars
There are no unrightable wrongs or unsingable songs
There are no unbeatable odds
There are no believable Gods
There are no unnameable names
Shall I say it again?

There are no impossible dreams
There are no invisible seams
There are no uncriminal crimes
There are no unrhymable rhymes
There are no identical twins or forgivable sins
There are no incurable ills
There are no unkillable thrills

I'm sick and tired of bein' sick and tired
I used to go to bed so high and wired
I think I'll buy myself some plastic water
I guess I should have married Lennon's daughter

There are no unachievable goals
There are no unsaveable souls
No legitimate kings or queens,
Do you know what I mean?

There are no indisputable truths
And there ain't no fountain of youth
Each night when the day is through
I don't ask much
I just want you

domingo, 16 de novembro de 2008

Simplicidade

Os olhos pesam, a noite cai, as horas passam. E revira-se na cama, vivendo em um mundo paralelo, imaginando e imaginando. Mil situações de final feliz. E suspiros… ah, quantos suspiros!

Vira para o outro lado e sonha, e acorda sonhando, e sorri involuntariamente por ter tido um bom sonho. Sorrisos avulsos.

Arruma-se sorrindo. Arruma-se mais que o normal, para si mesma, sabendo que não é para si mesma. Coloca uma roupa bonita, e imagina um elogio. Quantos sorrisos avulsos!

Pois é… fazia tempo que não vivia isso.


Mas não é tão simples assim.

sábado, 15 de novembro de 2008

Novembro chegou

E o vento passou.

Um, em breve

E todos os sorrisos, todos os raios de sol, todas as risadas, alegrias, todos os jogos, todos os beijos, todos os abraços, todas as palavras, frases, idéias, todos os olhares, toda a sedução, todas as faces rubras, todas as brincadeiras, jogos, todas as conversas, todos momentos, todos todos, todos acumulados e esmagados e apertados e guardados num ínfimo lugar, escondido e ignorado e esquecido e…

E não se aguenta tanto tempo guardando tanto em tão pouco.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Percebeu? Droga, droga.

O mais esquisito é o fato de não entender as palavras sem saber quem as profere, pois todo o sentido se afigura no ser que o dá. Nâo existe imparcialidade, não existe isenção. Não há anonimato. Há sempre alguém detrás das palavras.

Resta saber quem.


E, afinal, qual hipótese?

Espero que entenda.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Poilissemia

Olhava pela janela, e não se surpreenderia se visse mais gotas de chuva. No dia anterior, o vidro fora açoitado por elas. Mas agora só não brilhava em luz e calor pois era noite. Noite de um céu limpo, estrelado, que simplesmente não fazia sentido frente àquilo que estava dentro dela.

A paisagem passava, mas não era vista. Estava escuro, tudo chacoalhava. As árvores, as pessoas, as folhas, os cabelos, os galhos, os olhos. Era impossível focar no mundo lá fora, estava rápido demais e o que estava dentro, naqueles segundos, lhe chamava mais a atenção. De tal forma que, sem mudar sua cabeça de posição, passou a olhar para dentro. Pela janela, pelo reflexo. Risadas batiam naquela superfície transparente e voltavam para seus ouvidos.

Mais cedo, estivera sentado ao seu lado. Seu rosto era a única coisa observada por aqueles olhos. Olhos tais que era impossível olhar. Penetrantes, profundos. Ainda não sabia o que se passava por detrás deles. Um certo receio, talvez, de olhar e de ser olhado. Lá, lá ao seu lado, com as costas viradas para os outros e olhando profundamente para ela, disse uma das frases mais poderosas que se pode dizer. Aumentando sua tempestade.

E isso, somado ao gigantesco número de tapas e socos que havia recebido, machucando-lhe o rosto, os joelhos e o coração, fazia dela uma figura que abraçava suas pernas, tentando diminuir-se e fechar-se cada vez mais. Fazia dela uma criança com medo do escuro, com medo do abismo. Perdida, querendo falar e fazer o proibido.

Entendia-se. Pela primeira vez.

Mas não podia.

Seu corpo doía, seus olhos ardiam, mas as lágrimas se recusavam a sair. Mentira. Forçava suas lágrimas para dentro, transformando-as num gosto amargo que lhe descia pela garganta.

Olhou para aquela figura que era refletida pelo vidro. Fingia que dormia. Respiração rápida, quase era possível ouvir os batimentos de seu coração acelerado, nervoso. E calmo. Aquela figura contraditória, amável, inteligente, calculista, fria, sensível, impulsiva, idiota, odiosa… Respirou profundamente, tentando colocar para fora o aperto no peito.

E olhou para os olhos que imaginou estarem fechados. Mas não. Semicerrados, observavam outra figura, de pé, sorridente, bonita. Conversava como se não existissem tardes nubladas. Gargalhadas. Um sorriso debaixo dos olhos que observava tal figura. Discreto, pois fingia que dormia, mas ainda assim um sorriso.

E foi assim que a primeira simplesmente preferiu desviar o olhar e tentar distinguir árvore do breu, sangrando e perdida. Sabendo exatamente o que queria.

Mal sabia que os olhos semicerrados já estavam abertos e observando a menina que olhava para a janela.

Pois é…

Quem sabe queira me apaixonar por ti novamente. Tomara, porque ainda te amo.

Vemos palavras jogadas por aí, palavras que não escrevemos, mas que poderiam muito bem terem sido escritas por nós.

Acreditamos sermos únicos, mas não. Não somos. Somos todos iguais.

Mas isso, quanto a isso, não é de todo ruim, acho.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Horas

Desespero.

Já se sentiu realmente sem saída?

sábado, 27 de setembro de 2008

3h46

Isn't it ironic?
Don't you think?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

É.

Por imaginar, me protejo. Sei que nunca vai acontecer. Mas me pego novamente em uma armadilha traçada pela mente, por um vício de raciocínio. Será?

Mãos fechadas

"É importante?"
"Não...", suspirou.


Estava andando na rua. Queria se convencer de que andava sem motivo algum, queria acreditar que não esperava nada. Era uma caminhada despretenciosa, ia aonde seus pés a levavam, sem perceber tampouco se importar.

Não. De que adianta mentir para si mesma? Sabia exatamente onde estava indo e por qual motivo. E sabia, também, que não mediria forças para esconder de qualquer um (e dela, inclusive) que isso tinha sido calculado. Não. Era uma verdadezinha que a cutucava lá no fundo, mas foi abafada por uma pilha de pesados cobertores trançados de angústia. Não poderia se dar ao luxo de deixar transparecer essa verdade. Isso só traria mais angústia.

Parou onde sabia que algo poderia acontecer. Estava dez minutos adiantada e sabia disso. Conseguiria fingir que não era nada? Conseguiria fingir que não ficara esperando aqueles dez longos minutos?

A porta se abriu, e um número considerável de crianças saiu de lá, correndo, dando risadas. Essas risadas racham os ouvidos. Não se faz isso com quem está angustiado. Todavia, ela poderia não estar lá. Ela poderia simplesmente sair, mas parecia que aquele aperto quase insuportável que transbordava-lhe as lágrimas era bom.

Viu quem queria ver, e continuou andando, vagarosa, esperando que algo (ou alguém, mais especificamente) a chamasse. Ouviu seu nome. Virou. Acenou, deu um leve sorriso. Fechou sua mão ainda no ar, com força. E continuou andando, ainda mais devagar, com vontade de ficar. Ou de correr. Virou-se novamente. Alguém veio até ela, era alguém que machucava. Era alguém que nunca tinha machucado antes, e a ferida, além de exposta, custava a cicatrizar.

"Ei, você", ouviu. Então era isso? Um se evitar sem se evitar, um afastamento próximo, uma proximidade superficial. Os risos surdos, os ouvidos cegos e os olhos mudos. A intensidade abalada.

"É difícil olhar". Não conhecia outro jeito de olhá-lo, nunca fora diferente. E nunca será. Era simplesmente impossível e inimaginável olhá-lo de outra maneira, jamais se acostumaria. Teria de evitar o olhar para não olhá-lo daquele modo. E tudo que ela queria era continuar olhando, sem medo de estar errada.

E sem o medo de não ser correspondida.

"Tem que ir, já?", já sabendo a resposta. Claro que sim. Mesmo se não tivesse, a resposta seria sim. Não havia mais motivo para dizer um não. Não havia mais a que se apegar, a que amar, a que se sacrificar. Porque tudo isso era incrivelmente mais dolorido. Por que tudo isso era incrivelmente mais dolorido?

"Sim". Era óbvio. Mas queria lhe falar. Queria ir, fazer tudo o que se passava na cabeça, falar sem medo, fazer sem hesitação, queria consertar tudo, ou apagar tudo pra começar de novo. Agora pensando, era ali que tudo tinha começado. Foi uma conversa. Um passeio, algo em que acreditavam.

"Por quê?". Ah, como falar? Como explicar? Como fazer entender todo aquele turbilhão de pensamentos que a deixava tonta sua cabeça latejava, sua mão tremia, seu estômago esquecia-se de roncar. Era assim que andava há dias.

"É importante?". Lógico que era. Lógico. Mas não adiantaria falar. Seria o pior, seria o mais dolorido para os dois. Ela sabia que não ficariam, iria cada um para um canto. Respondendo sim, só faria isso corroer mais ainda seus pulmões. Só os deixariam ofegantes. Só os fariam olhar para trás em momentos diferentes. Só os fariam acreditar que estavam errados, e só os fariam saber que não consertariam.

"Não...", suspirou. Mas os dois sabiam que era um sim. Não mudou nada. Não interiormente.

Despediram-se secamente. Foi um abraço frio. Combinava com o tempo. Sem a confiança de antes. Não era um abraço. Estavam simplesmente colocando seus braços nas costas do outros. Faltava o sentimento.

Das costas, as mãos escorregaram até as mãos dele. Apertou. E virou para ir. Ele a olhou durante um segundo, e virou-se também. Nada mudou. Separaram-se sabendo que era o errado, sabendo que era dolorido. Olharam para trás em tempos diferentes.

Ela sabia que o outro modo seria mais dolorido. Uma lágrima ácida ardeu em sua face. Já estava cansada. E não havia sono que a curasse disso. Respirou fundo.

Andou em dúvida se o caminho mais dolorido era realmente o pior.

Era uma pedra.

Fugiu-me toda a inspiração.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pff

Res.pei.to (sm): estima ou consideração que se demonstra por alguém ou algo.

Nunca nem me passou pela cabeça que algo assim pudesse se impor.

Dar a cara para bater. Mas quê? Será justo ter de submeter-se a gritos e discursos infundados? Não seria o certo lutar pelo que acredita? Argumentação, para que existe? Não adianta argumentar contra birra. Porque ninguém derruba uma birra sem usar força. E se não podemos usar força...

É, só queria saber o que espera que façamos.

(Não, não vou respeitar o que dizes se não respeitas o que digo. Tem que ser recíproco, não existe hierarquia. Se fazes pouco caso do que falo, por que eu deveria ouvir quieta o que falas? Não faz sentido. Ah! E não amarei sendo abrigada a, obrigada.)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Um mês depois.

Não me deixo chorar.
Não deixo lágrimas escorrerem.

Há um aperto. Ele se chama nostalgia. Vem do nada e fica lá.
Há um buraco. Ele se chama falta. Vem do lada e fica lá.
Há um sorriso. ele se chama felicidade. Vem do nada e fica lá.

E a mistura de aperto com buraco, temperado de sorriso, como é?

Já sentiu saudades?

Observações gerais

É engraçado como simplesmente não me permito escrever sobre aquilo que realmente me incomoda. Ignoro, ou prorrogo o suficiente para não deixar a dor tomar memória. Não penso se vale a pena lembrar dessa dor - dor tal que não tenho culpa, não tenho como impedir, ela só me vem. Escrevo sobre dores que procuro, dores que vou atrás, dores que contam uma história e dores que valem a pena lembrar. Mas, aquela dor que realmente dói, aquela da falta, da perda, essa não me atrevo a escrever. Não enquanto a sinto. Talvez eu tenha medo de, ao reler, sentí-la novamente. Me dói e simplesmente não quero guardar essa dor nem mesmo liricamente.

sábado, 21 de junho de 2008

Corre-dor

Você acabou de acordar. Sua cabeça está girando, você não sabe o que pensar. Você, agora, não consegue ver absolutamente nada. Então seus olhos começam a se acostumar com a luz.

Está claro. Tudo está vazio; você está num lugar que nunca viu. É um corredor, e você não sabe onde ele termina. Nem onde ele começa. Você está no meio. Há um infinito para cada lado. Você está sozinho. Absolutamente sozinho.

As paredes são da cor da sua pele. Você está nu, e não há nada que possa diferenciar seu corpo da parede. Você é monocromático. Não há relevo. Você não se enxerga.

Você está andando. Agora, pessoas passam por você e não te percebem. Elas têm relevo. Elas têm cor. Elas têm roupa. Você estranha. Você fala, mas elas não te ouvem. Você percebe que não está produzindo som. Você ouve uma vibração imaginária. Não há som. Você está nesse momento abrindo a boca e usando todas as suas forças para produzir algum som. Mas o ar não sai. O ar também não entra.

Ninguém está te notando. Você está tentando chamar atenção. Os ruídos não estão saindo. Você se movimenta. Ninguém vê seus movimentos. Você os toca. Ninguém reage. Você se desespera e os soca. Ninguém desvia dos socos que você está dando.

Você começa a enlouquecer. Seus passos aceleram, mas você está perdendo suas forças. Na verdade, você anda cada vez mais devagar. Você não sabe mais o que falar. Você não sabe mais o que fazer. Você está sozinho, e de verdade. Você se pergunta se ainda há algo a tentar.

Seu pensamento começa a sumir.

Você não existe.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Olhe-me nos olhos.

Pelo menos, consigo ver o quanto és parecido com a minha pessoa. Não conto pelo mesmo motivo que não me contas, ao tempo que sei que sabes e que tu sabes que sei. E preferimos agir como se não soubéssemos, como se nós e somente nós pudéssemos passar o que sabemos para alguém. Preferimos ignorar que o outro saiba, e nos vemos  achando que o outro não sabe, sabendo que ele sabe.

Mas por que eu espero que as pessoas sejam melhores que eu?

Não sejas igual a mim.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Essa semana

Informação informação muita informação barulhos informações poluição visual poluição sonora poluição informacional loucura velocidade latejos informação confusão muita coisa corrida tempo tempo tempo cadê o tempo informação barulhos irritação sono informação letras figuras poluição tempo notas informação informação sono mais sono muito sono informação decorada não informação entendida decorar decorar decorar informação sono irritação stress angústia decepção.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Um último suspiro

Mas, mesmo sendo um dia como todos os outros, seus olhos se recusaram a abrir. Afinal, não era um dia como todos os outros. Para ela, sim, para muitas outras pessoas, também. Mas não era. Era e não era. Era e não era? Era ou não era? Sei lá.

Marie não sabe responder mais as perguntas, passou o dia longe, passou o dia sem se concentrar. Perdeu o ponto, andou um bocado, olhou para os cantos e ficou no meio. Estava perdida.

Precisava de algum canto, mas sabia que demoraria para encontrar. Não se pode ir sozinha. Talvez. O fato é que Marie não queria ir sozinha. Mas ela não conseguia achar ninguém para ir com ela. Estava perdida.

Não sabia se era ou não era, não sabia quem iria com ela, não sabia se hoje não é e amanhã será. Não sabia pensar. No fundo, talvez, ela só queria que não fosse um dia como todos os outros. Para ela. Para os outros também. Mas não podia para os outros e não para ela, porque seria um dia diferente para ela só por ser diferente para os outros. Estava perdida.

Marie, descabelada, chegou em casa, não sabendo se perguntava ou se afirmava.

Ano que vem será diferente( )

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Doze

Chegarei em casa sem o perfume de pétalas de rosas. Chegarei sem o sorriso, sem o brilho no olhar. Descabelada, sem ter por quem me arrumar. Normal. Normal quando não devo. Sem as pétalas espalhadas no chão e no coração. O ar vermelho que entra pela boca e dá uma volta pelo pulmão. Acelera a respiração. Chegarei em casa sem alguém para dar a mão, chegarei perdida em solidão. Solidão não só, mas somente só. Faltará o porque sorrir longe, porque não quero mais sorrir perto. Sem suspiros, sem a meia-luz, sem a vela que nos ilumina. Chegarei em casa como todos os dias, pois nunca foi diferente, e não será tão cedo.

Aparentemente.

Vida

Dá a vida.
Vi a vida.
A vida dá,
E vi no que dá,
E dá na vida.
A vida que vi.
Oh, vida, vida.
Dá vida, dá o que vi.
______.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ei...

Olha o sol.

domingo, 1 de junho de 2008

Sob o guarda chuva

Como o fogo encanta. O poder destrutivo dele, a sua força. Eu, a observar suas chamas, meu olhar balançando junto com o calor que emana desse elemento tão fantástico, quase hipnotizada.

Só o fogo é capaz de trazer um estado como esse.

Milhares de pensamentos me vieram. Vi-me circundada de pessoas maravilhosas, das quais quero estar sempre junto. Mas... é tão terrível que haja tantas pessoas por aí, esperando para serem conhecidas! Tantas pessoas maravilhosas, e tão pouco tempo para conseguir estabelecer algum laço com elas, entre elas. Não há vida suficiente para tantas pessoas, tantos sorrisos.

Chorei como nunca antes. Chorei porque me veio a vontade, sem alguma explicação lógica. Chorei, pois sem as lágrimas não conseguiria entender o amor que me abraçou tão repentinamente. Um amor que assusta, pois desconheço. Chorei, sim, pois nunca precisei tanto.

Não consegui entender o motivo, e o fogo trouxe-me uma atmosfera que, arrisco dizer, é mágica (há tempos procuro encontrar alguma palavra que se encaixe melhor aqui). Uma elevação de espírito, talvez. O momento que encontrei para pensar, e fazia tanto tempo que eu não o fazia... Olhar para a vida, olhar para as pessoas, olhar para os sentimentos. Parar e se perguntar dos fatos que, a todo momento, passam na nossa frente. O momento para parar, e pensar.

Chorei, olhando para as pessoas, ouvindo as palavras, notando o estalar do fogo. Chorei abraçada, tremendo com o vento gélido que passava pelas minhas costas, impedindo as gotas de chuva de caírem sobre nossas roupas. Chorei escondida, impedindo as pessoas de perceberem. Pois não sabia o motivo. Pois não entendi o amor tão forte que por elas senti. Pois não consigo explicar o inexplicável, e isso angustia. Traz a angústia de não poder explicar algo que não sei.

Chorei, lágrimas escorrendo incontrolavelmente. Até que, num abraço debaixo da árvore, percebi que o buraco que me tinham feito há algumas semanas foi preenchido. Uma se foi, e inúmeras vieram. Há tanta gente nesse mundo.

Entendi um pouco, talvez, essa nova modalidade de amar.

A lua, por entre as nuvens carregadas, tentava nos observar.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Em algum lugar

Pareço ser transparente. Parece que as pessoas sabem como eu sou. Parece que não escondo nada.

Morro de medo que me analizem.

Na verdade, é incrível como ninguém me conhece.

Dedicado para duas pessoas.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Chato

Por que o receio para falar? E a voz baixa? Nem amizade, mais?

Tudo bem, eu não te entendo.

Meio que junto

Foi só eu escrever-te, e já me vieste com a notícia. Sempre imaginei como agiria, como seria ver-te assim. Mas, é, o resultado foi o (im)previsto: um punhado de lágrimas lutando para sair dos olhos, enquanto, em voz baixa, eu falava "força, Renata, força...", impedindo-as de escorrer. Pois, afinal, mais cedo ou mais tarde isso aconteceria. E eu sabia que sim. Só me restava saber quando, e se eu teria força para aguentar.

Parece-me que não. Ou que eu não suporto esse mundinho chamado realidade.

Tum

É só esse barulho que ouço. Tum. Um baque para voltar à realidade.

Por que vivo tanto de sonhos?

domingo, 25 de maio de 2008

Vou falar a verdade

Não sei se te amo. Não sei se chego a te amar. Não sei se é só amar. Não sei se o que alimento por ti tem nome, pois tudo é tão confuso. Te admiro, como poucos. Me pego pensando em estar ao teu lado, segundo após segundo. Simplesmente isso, estar ao teu lado. Me dá calma, me deixa feliz, me faz entrar num estado de suspensão da realidade. Fico acima de qualquer coisa, pois estou contigo, simplesmente isso. E esses momentos estão ficando cada vez mais raros, isso é tão... triste. Quero teus abraços, quero tua presença, quero tua atenção. É somente isso que desejo. Teu jeito de falar me encanta, teu jeito de ver as coisas. Teu jeito de andar, teu jeito. Me dá orgulho te conhecer, meus olhos brilham, meu pensamento vai longe. Só por saber que, em algum momento da tua vida, fui alguém especial para você, meu rosto ganha um sorriso que quase nunca recebe.

Queria ter mais desses sorrisos, só isso.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Agora me explica

E esses buracos que aparecem do nada?

E de novo perdida. Olhando para todos os lados. Descabelando-me, perdendo-me, gritando. Sem vontades. "O que quer fazer?", e silêncio, pois não há nem a vontade de não fazer nada. Não há alternativas. Não há possibilidades. Gritos, desesperos, dor, tudo zumbe, tudo gira, se confunde, tudo é nada, nada existe, nada se entende, tudo acontece, socorro, não entendo mais nada, estou perdida, são muitas coisas, nada mais importa, tudo agora importa, abraçar, sentir, sorrir?, existir, é tudo uma tarefa complicada, é tudo muito longe, tudo muito perto, tudo muito aqui, e tudo muito lá, nada acontece para tudo acontecer...!

Quero poder olhar para ferida e saber o que é, e saber por onde começar a cuidar.

Quero sentir a dor na carne, pois o coração é fraco.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Isso não existe

Mais confusa ainda. E sem saber por onde andar, para onde olhar. Sem saber quem abraçar, com quem falar, para onde ir.

Isso não existe, não mesmo. Longas viagens têm se tornado frequentes. Não entendo, não entendo.... não entendo, não entendo, não entendo, não entendo. É loucura. Insanidade. Isso não existe.

"Acho que a ficha voltou para a máquina". E cai, e volta, e cai de novo. E volta. No momento, duas fichas presas na máquina, mas é possível olhá-las e ver que estão quase caindo. Quase.

Mas sei que, cair mesmo, elas não vão...

Nunca.

Ai, mas dói mesmo assim...

Nada mais importa agora

É, talvez essa seja a forma mais justa de lidar com a vida. Ao menos é possível controlá-la. Não é inesperado, provavelmente todas as consequências são medidas. Para você, sem diferença, talvez até um alívio... Talvez.

A falta de motivos para não cometer seria o principal motivo? Ou alguma coisa sem nome, maior que qualquer um, impossível de explicar? Aqui, conosco, não poderemos jamais saber o que acontece. O que se passa na cabeça quando acontece.

Mas continuo achando é a uma maneira justa de lidar com a vida. Controlamos todos os segundos, menos o último. Geralmente. Acho muito válido podermos controlar o último também...

Não que eu seja a favor de tudo isso. Só quero acreditar que não havia alternativa. E que foi realmente o melhor que poderia ter acontecido. Talvez alivie um pouquinho o peso... Vai saber. Vai saber...

Andando na rua

Me perguntaram "e no amor?"

Respondi "xis ipslon zê ao quadrado sobre a raíz de trinta e sete sobre oito, tudo entre parênteses elevado à vinte e três".

Acho que ele entendeu um pouco o que quis dizer

N° X

Pulando, pulando.
"Ei, eu tô aqui!"

Não ser primeira em nada.

(assustada com o número de vezes com que penso "ei, eu tô aqui", e em diferentes situações)

domingo, 18 de maio de 2008

Uma noite

É, e agora eu não sei mais o que falar, pois já disse tudo o que pensava. E não sei mais como falar, pois já tentei de todos os jeitos. E como olhar?

Não gosto de desviar o olhar, juro que não gosto. Eu sei que você sabe disso. Eu sei, e eu sei que você sabe, agora, que eu sei disso.

Que confusão...

Uma pequena lista que vale a pena.

1. Sms. 2. Nos r Sms. 3. Çiox, Sms Dp, Smsnrç, Sçr. 4. Gsfs, Boy, Çrs, Ki, Xs, Nsno. 5. Ki, Gsds. 6. Bobo. 7. Ki. 8. Zioys hrmtr zrdzo. 9. Zioys hrmtr zrdzo. 10. Çrs, Sçr, Stsmjs, Çiço, Fsmorç, Dpqjor, Zsto, Vstoç, Çivsd.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Droga, droga.

Irritante como fazemos coisas sem intenção, e como nos sentimos mal depois. Fazemos coisas que possam ter parecido outras. Não, eu juro que não eram. Irrita tanto as pessoas não saberem suas intenções...

Irrita ser ingênua. Ser como uma criança que fala sem pensar. Sem grandes ideais, sem grandes cranças. Simplesmente é. E ser leve, e fazer a mais horrível das coisas sem ter a intenção disso. Era leviano, simples, era realmente um trabalho de atriz.

Será que Freud explica? Trabalho do inconsciente?

Aiai, odeio quando as coisas começam a ficar complexas.

Odeio odiar

Tem alguma palavra que eu possa usar no lugar de "odeio", sem ser tão grosseira, porém sem perder seu peso e força?

terça-feira, 13 de maio de 2008

Percebeu?

Metáforas, metáforas. E metonímias, e inúmeras figuras de linguagem tão características do meu jeito de escrever. Enfim. Se referindo indiretamente (ou diretamente, não sei) a objetos, fatos, pessoas.

Mas nenhuma vez foi de você, até agora...

É incrível como entendi tudo com um olhar. Acho que você deve ter entendido tudo com seis linhas. Espero.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Dois amigos

Posso dizer que nunca entendi como aquelas duas não se falaram. Pararam, pensaram nas mesmas coisas (ou quase), reconheceram-se. Mas não se falaram. Pressa mesmo? E a vergonha? E o pouco tempo que tinha, mas o pouco tempo que era suficiente para um suspiro. Uma pausa, pois não paramos nunca. E a vergonha martelando, impedindo-nos de pararmos um segundo, que seja, para falar "ei, eu conheço você". Só isso. Só...

É, na verdade agora eu entendo porque as duas não se falaram. Não, minto, não entendo. Mas sinto.

Não gosto de sentir isso, e agora não posso mais fazer nada.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Liberta

Mesmo com pensamentos que vêm atrás, tentam me segurar e me impedir de andar. Mesmo em busca de soluções. Mesmo aumentando o pequeno e diminuindo o grande. Mesmo.

Porque estou fazendo dias de sol em copos d'água.

 

Estado atual. São exatamente vinte e duas horas e cinquenta e sete minutos, provavelmente em alguns instantes eu mude de idéia. Aguardando.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

De novo

De novo o ódio, de novo a raiva. O tempo sem eles é sempre longo demais - precisamos tê-los o tempo todo, não é?
Fazem parecer que sim.

Fazem questão de que o ciclo se repita incansavelmente...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Muitomuitomuito

Mas, o que tá acontecendo?
(aiaiai...)

domingo, 13 de abril de 2008

Praça

Deu-me muita vontade de ligar.
Mesmo.

Mas, nossa, que carência absurda...

Ao mesmo tempo em que eu não tenho do que reclamar.

(às vezes tenho medo de olhos que penetram mais do que eu gostaria)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A-M

Achei alguém disponível e que queira me ouvir, que estava lá e que não desviou o olhar quando joguei o meu em sua direção.

Uma nova amizade...

Depois não venha me olhar desse jeito.

(eu sei que dói)

 

Viu?

A-ha!

Sem mais. A-há!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pássaros que cantam

É verdade. Por que temos que fazer aquela rima tão gasta, já?

Não precisamos! Adorei, hoje, me livrar da rima. Adorei ter entregue pra vida, e deixar que ela mesmo resolva esses probleminhas. Não temos que viver em função da riminha. Não mesmo. E, posso dizer? O resultado foi bom, muito bom...

Free!

(No momento, completamente de boa. Bipolar do jeito que sou, talvez isso mude, mas quero deixar registrada a felicidade de, por um dia, me sentir livre de toda essa história que me faz bater a cabeça na água.)

domingo, 6 de abril de 2008

Bifurcação

É, parece-me que nossos caminhos realmente se separaram. Nunca ficaremos tão juntos quanto aquela vez que caminhávamos lado a lado.  Parece que só tendemos a caminhar cada vez para mais longe um do outro...

Não te soa triste? Eu gosto de você.

(Uma vez, ouvi daquela professora a pergunta "quantos caminhos há numa bifurcação?", e a classe prontamente respondeu "dois". Então, ela nos olhou e disse: "três, sempre podemos voltar atrás e tentar um caminho novo". É. Um caminho novo).

P x 4

Posso dizer? QUE MERDA. Não costumo ser tão direta aqui, mas preciso de um desabafo direto, preciso de palavras diretas, preciso de um texto sem metáforas, metonímias nem nada do gênero.

Parece inútil, fútil. Mas faz um tempo que não recebo comentários no flog, nem no blog (com exceção da Fada), nem scraps como os que recebia antigamente. Entrei no msn e ninguém veio falar comigo. Só se lembram de mim para estudar, para trabalhos.

Provavelmente essa impressão é momentânea, e amanhã vou chegar no colégio e tudo vai mudar. Mas eu sei, continuo vendo outras pessoas conversando, indo na casa umas das outras, recebendo scraps como os que eu recebia antes.

Por sued, por que fiquei tão desimportante? Por que ignoram olhares, ignoram gestos? Eu não sei usar as palavras, não com voz, não direito. Perebam o que eu tenho a dizer, por favor, porque tô precisando.

sábado, 5 de abril de 2008

A sete chaves

Descobri que me dói não saber da felicidade e das tristezas do outro. Como se fosse isso que me fizesse viver.

As minhas dores só não bastam. E, por não bastar, as quero esconder.

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para...

E quando o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora e vou na valsa. A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando cada vez mais veloz. A gente espera do mundo - e o mundo espera de nós - um pouco mais de paciência...

Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber?

A vida é tão rara... tão rara...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Janela

Quis me esconder atrás dos meus olhos, não deixei ninguém os ver. Fugi, pois sabia que eles revelariam tudo, todo o escondido que queria tanto vir à tona. Não podia deixar isso acontecer. Não consegui olhar ninguém nos olhos.

Justamente alguém que precisa tanto disso...

Sabia que se olhasse em algum outro olho, os meus transbordariam por dentro e por fora. Choro e chuva.

Frase certa, momento certo

"Eu sei que o clima não tá bom nem nada, mas acho que vale dizer... você tá linda hoje."

Às vezes a gente precisa de uma injeção de auto estima. Foi ótimo ouvir um elogio. Meus olhos estavam vermelhos.

Eu não estava bonita.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Adivinha

Qual é a música que ecoa nos meus ouvidos?

(Agora está na hora de entender por que eu me decido por tomar uma atidude, mas efetivamente não a tomo. É básico. Não preciso ir tão atrás...)

segunda-feira, 31 de março de 2008

Se esquiva

Continua fugindo.

domingo, 30 de março de 2008

Aprendi

É tão difícil ver tuas mãos distantes.

sábado, 29 de março de 2008

Mas do quê?

Olho para trás, para aquelas fotos antigas, e sinto alguma coisa que eu não sei ao certo o que é...
Algum tipo de nostalgia, alguma saudade. Pode ser das cores. Das pessoas, dos sorrisos que tanta atenção me chamam.
Mas nada parece ter mudado!

Pensando

Sorrisos como raios de sol, batem no meu rosto e lá ficam.

Mesmo que muitas vezes sua luz seja apagada por gotinhas e mais gotinhas de chuva salgada...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Quatro e meio

É irônico, bem irônico, mas não deixa de ser...

todo o movimento
todo sem vento
tudo o que muda
e é sem porquê
é todo você, amigo...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Saudade

Vem de sal.
Sabe por quê?
A lágrima é salgada, sente-se dor...

Pois é, saudade.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Psicóloga

Ela disse pra eu colocar um espelho de atitudes. E não é?

Ah... desisto!

terça-feira, 4 de março de 2008

Alô?

Sabe aquela frase que repetíamos no começo da peça? Diferentes maneiras, diferentes volumes, diferentes entonações.
E é isso o que faço; me dobro e desdobro querendo dizer quatro palavrinhas, simples, diretas, porém não necessariamente com a fala:
- Ei, eu tô aqui!
Não sei se sou uma pedrinha no sapato, mas parece que não deixei nenhuma marca...

Isso dói e incomoda.

Rindo (?)

Engraçado como fico boba, rio e pulo quando estou nervosa (no sentido "não deixar transparecer o que realmente se passa", estágio pré-tristeza, admitindo-a somento quando só, distante, protegida, ou talvez quando não consigo achar rapidamente um lugar para esconder-me de mim mesma).

Perdi a subjetividade.

domingo, 2 de março de 2008

Iris

Verdes, azuis e castanhos, não há mais brilho. Desejo-os de maneiras diferentes, mas parece que evitam-me, todos eles!

Antes buscava no fundo das cores o apoio, hoje necessito de apoio para as cores ver...

sábado, 1 de março de 2008

Retirada

Nunca me senti tão protegida em minha solidão. Senti-me, quando acompanhada, só, e, quando só, em perfeita paz.
Ou perfeito desespero, mas não poderia ser de outro modo.

Quis correr, dessa vez literalmente.

Chorar faz bem. Sorrir, também.

Frases soltas.

Como há pouco entre a lágrima e o sorriso...

Uma frase me tocou muito e nunca o sorriso foi tão grande.

Ahh, mas que coisa para se acontecer...!

Pérolas, pérolas... por que agora brotam dos lagos?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Não te sufoca?

Hoje as lágrimas ficaram presas aos olhos, as proibi de sair. Não é possível.

E vestimos uma máscara, onde escondemos a tempestade colocando um quadro de dia de sol na frente da janela.
"Você parece mais feliz"

Dá vontade de correr. Pra onde, não sei.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

My friend

My faithful friend...
Speak to me friend.
Whisper...
I'll listen.

Abra-saudade

(Sem anonimatos, certo?)

E a vontade de correr e te abraçar? Pior, tê-la e não realizá-la, olhar e ficar parada, pensando, esperando. E não receber resposta.
Que saudade!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O que mais?

Sinto falta dos sorrisos. Aqueles que já me marcaram muito, aqueles em que me perdia. Me pegavam desprevenida, me procuravam num dia de sol.

Os sorrisos mudaram...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Uma pergunta

E quando sentimos que nossas paixões não são grandes o suficiente?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Pequena.

Realmente, muito pequena.

Paradoxo (nooot)

Amor tão insuportável, ah, que amor odioso!

Por que isso acontece?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Exatamente

Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto, mas o que eu digo.
  Clarice Lispector

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Só uma coisa.

Como. Você. Consegue?

Arrumação

Guardamos numa gaveta, trancamos, colocamos o armário na frente e simplesmente tentamos esquecer que está lá. Ignoramos.
Mas sempre tem o dia em que arrumamos o quarto, não?

Hoje você abriu a gaveta.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Fora do barco

Tudo se mexe,
Sobe e desce.

Para o irmãozinho

Do alto vemos melhor. Vemos mais, imaginamos, palpitamos, e ao mesmo tempo sabemos o que acontece (ou aconteceria) com os pés no chão.
Eu gosto de voar.
Mas temos que saber a altura em que estamos.

Às vezes falamos coisas para os outros que precisaríamos ouvir.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Sparkling

A água brilhava, a água era purpurina, espelhinhos refletindo a luz em forma de estrelas. O céu já não era uma triste massa homogênea, eram duas guaches - azul e branca-, mal misturadas.

Me incomoda?

Uma coisa que me incomoda é termos que seguir padrões pré estabelecidos. Pior ainda, é pensar que fomos nós que os pré-estabelecemos. Fazer coisas periodicamente, sem perder nem ao menos uma vez. E nem é obrigação! É nós conosco. Incomoda.

Céu

O céu, hoje, não existia. Era da cor mais sem cor que existe. E não se engane, não acho que seja o transparente. É o cinza. aquele vazio, sem vida; o branco molhado. Uma massa homogênea, sem graça, movimento. Manhã para não se ver, para o sonho. O vento uivava ao longe, e estava frio. Não era possível ver onde terminava o mar e começava o céu. Aliás, não era exatamente possível ver muita coisa.

(Preciso dizer que o uso da palavra céu me causou um certo encantamento. Uma palavra linda... é, céu, um sorriso)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Primeiro quadro

Vi as primeiras coras do dia. Uma obra de arte a cada manhã, um jogo de cores. Triste que perco a maioria esmagadora dos quadros matinais. Não há só as sete cores do arco íris, é uma brincadeira de matizes, colorindo o céu. O amarelo era também dourado e rosa, temperado com laranja e pitadas aqui e ali de roxo e azul. Aliás, uma sucessão de roxos diferentes, os mais lindos que já vi. Sem, lápis de cor, parecia que todas as cores entre o roxo, o azul e o cinza tinham sido usadas, era um desenho esfumaçado. Uma cortina vermelha rosada, evoaçava levemente como se uma brisa fosse soprada em sua direção. Era um véu que sorria. E, como num teatro de sombras, duas formas que brincavam voaram para mim.
As primeiras cores do dia.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pequena criança

A menina olhava para o céu.
- O céu está azul, não há nuvens no céu!, o pai falou como se ela nunca tivesse visto um céu tão azul antes.
Mas não era para o céu que a menina olhava.
- Não, pai., e continuou olhando.
Era uma manchinha pequena, tão minúscula e transparente que generalizadores como são os adultos passariam os olhos sem vê-la.
Visível apenas para poetas e crianças, crianças e poetas, poetas crianças e crianças poetas. Procurando inspiração para poesia e brincadeiras, que afinal são a mesma coisa. Brincadeiras com palavras e o mágico da poesia na imaginação.
Enfim.
Era uma manchina pequena. Seria um insulto chamá-la de branca, era uma explosão de cores. Rosa, azul, roxo, verde, a menina via todas as cores. Mas era tão pequena... Perdida no céu, vagava tímida, uma criança que se dissolvia na imensidão.
- Não está todo azul.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Querido diário,

Acabei de vem uma plantação de girassóis. Todos eles olhavam para mim.
E uma nuvenzinha perto do chão, no outro lado, no fundo.

É, cenas.

Primeiras impressões

O dia ainda nem começou, a não ser que não consideremos a palavra "dia" reltiva. Aqui o sol já raiou, o céu está da cor do pão do café da manhã, talvez um pouco mais cinzento. Acho que são as nuvens. Eu raramente gosto do azul escondido, mas, por enquanto, combina com a pausa do dia. Aliás, aquele pão estava bom, com manteiga e mel. O ônibus está quieto, exceto nos meus ouvidos, lá há uma boa música. Todo o resto é mudo, não escuto nada. Nada mais emite som. E, com as músicas, me lembro de fatos, pessoas e memórias que não me pertencem

Tem uma pequena mancha azul no céu agora.

Espero um dia mais quente.

(O branco foi se desmanchando e, de branco com manchas azuis, a redoma foi aos poucos se transformando no azul de manchas brancas, até finalmente perter todas as manchas; dissolvidas elas foram pelo calor que só teimava em aumentar).

Palavras, apenas...

Palavras, pequenas...

Vontade cada vez mais crescente de escrever. A todo momento. Frases soltas me vêm a cabeça. A todo momento.

O triste é que esqueço da maior parte delas. Esqueço assim como faço com pequenas coisas, aquelas que não mudam nada; o agora, simples e pequeno, mas nunca, nunca tão real. É com pena que vivo sabendo que grande parte disso será esquecida. Me vem, assim, uma compulsão em documentar cada detalhe do que acontece (como alguém que fala demais sem ter um espaço para respirar), seguida de um suspiro conformado da impossibilidade.

Mas algo é salvo pelas palavras. Aquelas que eternizam os momentos para quem lê e escreve.

Daí que vem a paixão da escrita.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Quase-amigos

É engraçado como conhecemos gente que nunca mais veremos. Quase amigos. Poderiam ser amigos, se tivéssemos tido mais tempo.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Passos seguidos de passos,

...me levando a um lugar que só existia nas profundesas da imaginação.

Era roxo. Isso mesmo, roxo. E verde, turquesa, rosa, céu, pôr-do-sol. Era de mentira, e refletia o céu.
Acho que tenho que começar a me convencer das coisas.

Barcos e conchas; se arrastando doloridamente.
O preço do bom dia.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Sobre a viagem no tempo

Certamente me atraem as coisas que deveriam ser normais e não são.

 

Vi o primeiro sol do mundo.