quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pequena criança

A menina olhava para o céu.
- O céu está azul, não há nuvens no céu!, o pai falou como se ela nunca tivesse visto um céu tão azul antes.
Mas não era para o céu que a menina olhava.
- Não, pai., e continuou olhando.
Era uma manchinha pequena, tão minúscula e transparente que generalizadores como são os adultos passariam os olhos sem vê-la.
Visível apenas para poetas e crianças, crianças e poetas, poetas crianças e crianças poetas. Procurando inspiração para poesia e brincadeiras, que afinal são a mesma coisa. Brincadeiras com palavras e o mágico da poesia na imaginação.
Enfim.
Era uma manchina pequena. Seria um insulto chamá-la de branca, era uma explosão de cores. Rosa, azul, roxo, verde, a menina via todas as cores. Mas era tão pequena... Perdida no céu, vagava tímida, uma criança que se dissolvia na imensidão.
- Não está todo azul.

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