domingo, 1 de junho de 2008

Sob o guarda chuva

Como o fogo encanta. O poder destrutivo dele, a sua força. Eu, a observar suas chamas, meu olhar balançando junto com o calor que emana desse elemento tão fantástico, quase hipnotizada.

Só o fogo é capaz de trazer um estado como esse.

Milhares de pensamentos me vieram. Vi-me circundada de pessoas maravilhosas, das quais quero estar sempre junto. Mas... é tão terrível que haja tantas pessoas por aí, esperando para serem conhecidas! Tantas pessoas maravilhosas, e tão pouco tempo para conseguir estabelecer algum laço com elas, entre elas. Não há vida suficiente para tantas pessoas, tantos sorrisos.

Chorei como nunca antes. Chorei porque me veio a vontade, sem alguma explicação lógica. Chorei, pois sem as lágrimas não conseguiria entender o amor que me abraçou tão repentinamente. Um amor que assusta, pois desconheço. Chorei, sim, pois nunca precisei tanto.

Não consegui entender o motivo, e o fogo trouxe-me uma atmosfera que, arrisco dizer, é mágica (há tempos procuro encontrar alguma palavra que se encaixe melhor aqui). Uma elevação de espírito, talvez. O momento que encontrei para pensar, e fazia tanto tempo que eu não o fazia... Olhar para a vida, olhar para as pessoas, olhar para os sentimentos. Parar e se perguntar dos fatos que, a todo momento, passam na nossa frente. O momento para parar, e pensar.

Chorei, olhando para as pessoas, ouvindo as palavras, notando o estalar do fogo. Chorei abraçada, tremendo com o vento gélido que passava pelas minhas costas, impedindo as gotas de chuva de caírem sobre nossas roupas. Chorei escondida, impedindo as pessoas de perceberem. Pois não sabia o motivo. Pois não entendi o amor tão forte que por elas senti. Pois não consigo explicar o inexplicável, e isso angustia. Traz a angústia de não poder explicar algo que não sei.

Chorei, lágrimas escorrendo incontrolavelmente. Até que, num abraço debaixo da árvore, percebi que o buraco que me tinham feito há algumas semanas foi preenchido. Uma se foi, e inúmeras vieram. Há tanta gente nesse mundo.

Entendi um pouco, talvez, essa nova modalidade de amar.

A lua, por entre as nuvens carregadas, tentava nos observar.

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