quinta-feira, 12 de junho de 2008

Um último suspiro

Mas, mesmo sendo um dia como todos os outros, seus olhos se recusaram a abrir. Afinal, não era um dia como todos os outros. Para ela, sim, para muitas outras pessoas, também. Mas não era. Era e não era. Era e não era? Era ou não era? Sei lá.

Marie não sabe responder mais as perguntas, passou o dia longe, passou o dia sem se concentrar. Perdeu o ponto, andou um bocado, olhou para os cantos e ficou no meio. Estava perdida.

Precisava de algum canto, mas sabia que demoraria para encontrar. Não se pode ir sozinha. Talvez. O fato é que Marie não queria ir sozinha. Mas ela não conseguia achar ninguém para ir com ela. Estava perdida.

Não sabia se era ou não era, não sabia quem iria com ela, não sabia se hoje não é e amanhã será. Não sabia pensar. No fundo, talvez, ela só queria que não fosse um dia como todos os outros. Para ela. Para os outros também. Mas não podia para os outros e não para ela, porque seria um dia diferente para ela só por ser diferente para os outros. Estava perdida.

Marie, descabelada, chegou em casa, não sabendo se perguntava ou se afirmava.

Ano que vem será diferente( )

Um comentário:

Unknown disse...

seu texto maravilhoso ficou mais maravilhoso ainda no jornal Cuca Fu(n)dida...

ei, te amo.