quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Aspirinas.

Para dor de alma e de coração.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Cego

Que horas são?
Cinco e meia.
E o sol?
Já desponta.

A feliz verdade. Você vai olhar de longe, levantar o canto da boca e ir embora. Sem nunca saber o que poderia ter sido. Completamente feliz, lá no fundo. Mas só lá.

domingo, 27 de setembro de 2009

Desculpa

Ah, a dor de quebrar a única coisa que não sublimou em meio a esse nevoeiro atípico…

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Azul

É estranho, penso, esperar pela mais absoluta alegria ou pela mais horrível tragédia, mas nunca, nunca acreditar – ou mesmo esperar – o nada, a indiferença, a falta de incômodo e a falta de sorriso.

Que medo que temos de não significar, huh?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Felizes aqueles que vêem além das cores.

O vermelho escreve bem melhor que o cinza.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Velho.

Nunca a multidão me pareceu tão vazia.

Eu ainda me assusto com o som das risadas chegando aos meus ouvidos.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

E nem dá.

E, novamente, senhoras e senhores, cubos se mostram infinitamente mais interessantes do que bolas.

Porque, por mais que sejam mais divertidas, elas não se ajeitam muito bem por muito tempo…

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Incrédula

A música já parou.

Sentada, lendo, com sentimentos engasgados. Como quem comeu demais uma comida gostosa. Aquela sensação de desconforto e saciação.

Abriram uma caixa de jóias, a música começou a tocar. E a saciação foi-se, dando lugar para o desconforto espalhar-se… e sobrou um vazio.

Ela sente esse vazio como angústia, mas pode ser que não seja.

É muito amor para uma lembrança que não se tem. É muito apego por algo que não aconteceu, para memórias vagas que estão guardadas e que sabe que jamais irá perder.

A música parou, o vazio não. O salgado escorreu para seus lábios, mas era amargo.

É, aquela fascinação, uia!, algo que só deixa o vazio sem saciação.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tudo bem

Do parapeito, observa aquele serzinho.

Ele anda, de azul, meio tímido e dá uma risada. Ela ainda não conhece o movimento de suas mãos, e a memória de sua voz já se vai. Mas ainda consegue imaginar aquele serzinho olhando para o parapeito, acenando e falando alguma frase bonita.

Tem um sorriso, mas não sabemos para quem é. Na verdade, aquele serzinho vai embora, rindo timidamente, mal sabendo o fascínio que traz à sua observadora.

sábado, 29 de agosto de 2009

Isso não tem significado algum.

Brincar de nada, falando absurdos de nada, porque é o que explica. Porque uma corda enforcando aquele órgão pulsante dói, e essa dor vem do nada, porque não tá pra cortar a corda. E aí a gente acorda, pisca, deita e chora, porque não tem mais nada de absurdo.

Sobra o silêncio.

Tem?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Inha.

Eram delicadas as mãos que pousavam sobre as dela. A diferença de tempeatura a reconfortou.

Não havia nada mais brilhante que pudesse existir naquele momento. Suas cabeças se tocaram, as meninas sentavam à parede. Os respiros, sincronizados, diziam para ela que não havia mais nenhum lugar para se estar agora.

Era alí, uma mão sobre a outra, a lágrima em seu rosto secando.

Naquele momento, amou a amiga como se não existisse mais nada para viver.

domingo, 23 de agosto de 2009

Sem fundamento

Se eu tivesse um milhão de coisas a falar, eu as falaria. Porém, não as tenho, e me resumo a frases sem sentido que não nos levam a lugar nenhum. Circulares.

É como um abutre, entende? Dói na alma. Aquelas coisas boas e ruins, mas você não sabe escolher. Presente, futuro, um muito bom, o outro… muito ruim?

Nunca saberemos.

Mas, cada vez mais marcas, em todos os cantos, aparecerão, dando motivos e risadas a ratos entre ratoeiras e gatos. Porque estamos perdidos, e não há mais nada para se fazer.

Só procurar uma calça perdida, amém.

(Mas o presente é bom sim. Nem um pouco confortável. Perigoso. Mas bom. Vocês deviam tentar)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pequeno diálogo na porta de entrada

“Mas pai, polvo multicor? Eu prefico chamar de lirismo.”.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Como correr atrás de um sonho

Contam os antigos que, mais do que realizar nossos sonhos, o importante é ir atrás deles. Pode ser que no meio da estrada rumo ao bosque, você descubra que as montanhas lá no fundo, pegando aquela bifurcaçãozinha, parecem ser muito mais bonitas. Mas como você as descobriria se não estivesse atrás do bosque? O importante é caminhar na estrada.

O caminho é difícil, mas, no fim, mostrar-te-ei meu mar.

Há peixes coloridos e pedras de uma cor só. Mostro-te minhas algas, minhas raias.

E passo por uma conchinha, meio insignificante, olho-a bem e continuo. Você observa-a. Descobre que, em meio ao escuro, há uma pequena pérola escondida na aparente insignificância.

Nado, nado, e você com a perolinha na mão, sem saber o que fazer. Porque, lá no fundo, você sabe que eu não consigo chegar nela. É muito brilho para um olho habituado com a escuridão.

Só fragmentos

… porque tudo eu ainda não tenho coragem.

· Esbarraram-se, olharam-se, sorriram-se.
· …um encontro desencontrado, com o olhar de quem observa uma flor do primeiro andar.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Billy

E é por isso que os bebês nascem chorando.

domingo, 21 de junho de 2009

Uma música

…e um daqueles sonhos que lágrimas saem do olho ao acordar.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

É bom, juro que é

Lágrimas escorrem pelo rosto e, de repente, lembro-me que ainda sinto.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Recordar

O sol brilhava no céu e iluminava as pedrinhas de piche do asfalto. Da pedrinha mais brilhante, saiu uma flor com a cor do sol. Cresceu vendo e admirando o sol, até que uma pétala caiu e foi levada pelo vento.

Essa pétala dançou por entre crianças a brincar de corda. Entrou no metrô e repousou no ombro de um homem que dormia. Quando este se levantou, a acabou caindo ao lado de uma carteira, que foi pega e levada até um bar, onde, em meio ao bafo alcoólico e ao perfume que ainda restava na pétala, ouviu-se um triste adeus.

O vento chegou mais uma vez, a pétala rodopiou até repousar serenamente ao lado de dois pares de pés. A pétala procurou pelo sol e, ao olhar para cima, viu que dois grande braços passavam em volta da menina dona de um dos pares de pés e, de repente, os pés dela já não encostavam mais o chão.

Foi aí que a pétala percebeu, com delicadeza, que já não precisava mais passear por aí se esses abraços continuarem a existir. Sorrisos por sorrisos, que fiquemos então com aqueles que deixarão saudades.

domingo, 7 de junho de 2009

Bandeirinhas

Sobre um dia inacreditável.

Começa com estar em um lugar que, por ironia, a menina foi parar lá. Ela não tem nada que a qualificasse, mas gostava muito. E foi uma manhã deliciosa com pessoas inacreditáveis. Quem diria?

E, naquela noite inusitada, recordar meses de diferença. E aquelas músicas, aquelas danças, aquelas roupas que não tinham nada a ver, combinavam exatamente com o dia nada a ver. Era tudo muito gostoso.

A pedidos

As luzes cintilavam pela rua mais bonita da cidade. Rua da noite e do frio, rua que traz sorrisos.

Gotas d’agua caíam do céu, molhando aquelas três meninas que, naquela noite, tinham que correr. Correr não de medo, não de desespero, mas correr, felizes, de mãos dadas, sentindo as gotas em seus cabelos, atrapalhando a visão.

Viam luzes borradas piscando convidativas. Aquela rua era realmente muito bonita, rua da poesia.

E, como se uma luz as escolhesse para iluminar, perceberam que não precisavam mais correr.

Preferiram ficar lá, sob as luzes molhadas e as gotas cintilantes, com um sorriso no rosto e aproveitando o presente.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Protetor

“… e, quando passo uma noite dormindo sem sonhar, tenho a impressão de que desperdicei essa noite…”

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sempre.

Maquiar a violência com afeto.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

…íssimas?

E é com esse olhar – tenso, irritado, talvez – que continuo a andar tentando não me importar.

O silêncio apertado no peito, seguido de um ar de desprezo, é uma resposta válida ao não entender?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Doce vila terrível

As cadeiras estavam vazias. O sol se punha, jogando no céu diversas matizes de azuis, com roxos destacados no céu brilhante. Aquela beleza – era tão lindo! – fazia com que quase se podia sentar confortavelmente em uma daquelas cadeiras.

E as paisagens mudavam, pretas contra o ceú brilhante.

E as paisagens passavam em alta velocidade.

O céu já não brilhava, as cores já não existiam. Algumas luzes em movimento não faziam das paisagens conhecidas. E as cadeiras, vazias, passavam a olhar repressora e intimidadoramente.

O engano parece tão doce!

Silêncio, branco no preto e risadas em meio a uma música alta. Um cheiro desagradável invadia as narinas enquanto dizeres indizíveis estampavam-se em toda a volta.

Dois sem boa consciência, um sem dizer bem. Um gesto aparentemente gentil, mas, no contexto, temidamente hostil. Tudo fedia a mais incrível crueldade.

O medo é algo incrível!

E, então, em meio ao desconhecido, brilhinhos de brincadeira faziam do céu mais estrelado. Luz orientadora que faz dos panos algo mais que peça de roupa. As cadeiras vazias já não faziam sentido, tudo agora era dança, risadas e distração que só luz pode trazer.

Aí a realidade chega, jorrando violeta, lembrando as náuseas e a tontura que só o engano traz.