quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Sparkling

A água brilhava, a água era purpurina, espelhinhos refletindo a luz em forma de estrelas. O céu já não era uma triste massa homogênea, eram duas guaches - azul e branca-, mal misturadas.

Me incomoda?

Uma coisa que me incomoda é termos que seguir padrões pré estabelecidos. Pior ainda, é pensar que fomos nós que os pré-estabelecemos. Fazer coisas periodicamente, sem perder nem ao menos uma vez. E nem é obrigação! É nós conosco. Incomoda.

Céu

O céu, hoje, não existia. Era da cor mais sem cor que existe. E não se engane, não acho que seja o transparente. É o cinza. aquele vazio, sem vida; o branco molhado. Uma massa homogênea, sem graça, movimento. Manhã para não se ver, para o sonho. O vento uivava ao longe, e estava frio. Não era possível ver onde terminava o mar e começava o céu. Aliás, não era exatamente possível ver muita coisa.

(Preciso dizer que o uso da palavra céu me causou um certo encantamento. Uma palavra linda... é, céu, um sorriso)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Primeiro quadro

Vi as primeiras coras do dia. Uma obra de arte a cada manhã, um jogo de cores. Triste que perco a maioria esmagadora dos quadros matinais. Não há só as sete cores do arco íris, é uma brincadeira de matizes, colorindo o céu. O amarelo era também dourado e rosa, temperado com laranja e pitadas aqui e ali de roxo e azul. Aliás, uma sucessão de roxos diferentes, os mais lindos que já vi. Sem, lápis de cor, parecia que todas as cores entre o roxo, o azul e o cinza tinham sido usadas, era um desenho esfumaçado. Uma cortina vermelha rosada, evoaçava levemente como se uma brisa fosse soprada em sua direção. Era um véu que sorria. E, como num teatro de sombras, duas formas que brincavam voaram para mim.
As primeiras cores do dia.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pequena criança

A menina olhava para o céu.
- O céu está azul, não há nuvens no céu!, o pai falou como se ela nunca tivesse visto um céu tão azul antes.
Mas não era para o céu que a menina olhava.
- Não, pai., e continuou olhando.
Era uma manchinha pequena, tão minúscula e transparente que generalizadores como são os adultos passariam os olhos sem vê-la.
Visível apenas para poetas e crianças, crianças e poetas, poetas crianças e crianças poetas. Procurando inspiração para poesia e brincadeiras, que afinal são a mesma coisa. Brincadeiras com palavras e o mágico da poesia na imaginação.
Enfim.
Era uma manchina pequena. Seria um insulto chamá-la de branca, era uma explosão de cores. Rosa, azul, roxo, verde, a menina via todas as cores. Mas era tão pequena... Perdida no céu, vagava tímida, uma criança que se dissolvia na imensidão.
- Não está todo azul.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Querido diário,

Acabei de vem uma plantação de girassóis. Todos eles olhavam para mim.
E uma nuvenzinha perto do chão, no outro lado, no fundo.

É, cenas.

Primeiras impressões

O dia ainda nem começou, a não ser que não consideremos a palavra "dia" reltiva. Aqui o sol já raiou, o céu está da cor do pão do café da manhã, talvez um pouco mais cinzento. Acho que são as nuvens. Eu raramente gosto do azul escondido, mas, por enquanto, combina com a pausa do dia. Aliás, aquele pão estava bom, com manteiga e mel. O ônibus está quieto, exceto nos meus ouvidos, lá há uma boa música. Todo o resto é mudo, não escuto nada. Nada mais emite som. E, com as músicas, me lembro de fatos, pessoas e memórias que não me pertencem

Tem uma pequena mancha azul no céu agora.

Espero um dia mais quente.

(O branco foi se desmanchando e, de branco com manchas azuis, a redoma foi aos poucos se transformando no azul de manchas brancas, até finalmente perter todas as manchas; dissolvidas elas foram pelo calor que só teimava em aumentar).

Palavras, apenas...

Palavras, pequenas...

Vontade cada vez mais crescente de escrever. A todo momento. Frases soltas me vêm a cabeça. A todo momento.

O triste é que esqueço da maior parte delas. Esqueço assim como faço com pequenas coisas, aquelas que não mudam nada; o agora, simples e pequeno, mas nunca, nunca tão real. É com pena que vivo sabendo que grande parte disso será esquecida. Me vem, assim, uma compulsão em documentar cada detalhe do que acontece (como alguém que fala demais sem ter um espaço para respirar), seguida de um suspiro conformado da impossibilidade.

Mas algo é salvo pelas palavras. Aquelas que eternizam os momentos para quem lê e escreve.

Daí que vem a paixão da escrita.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Quase-amigos

É engraçado como conhecemos gente que nunca mais veremos. Quase amigos. Poderiam ser amigos, se tivéssemos tido mais tempo.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Passos seguidos de passos,

...me levando a um lugar que só existia nas profundesas da imaginação.

Era roxo. Isso mesmo, roxo. E verde, turquesa, rosa, céu, pôr-do-sol. Era de mentira, e refletia o céu.
Acho que tenho que começar a me convencer das coisas.

Barcos e conchas; se arrastando doloridamente.
O preço do bom dia.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Sobre a viagem no tempo

Certamente me atraem as coisas que deveriam ser normais e não são.

 

Vi o primeiro sol do mundo.