quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Sensação estranha

Antes vivia, hoje descobri que vivo.

Faz toda a diferença.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Dose

Esquecer
é felicidade;
falta da infelicidade
de quem já não sorri mais.

Em branco, o tempo

Não viver esse instante
aquele instante
um instante
todo instante
vida de instantes

"Uma rosa nunca
nunca mais feliz"

Falling in love again

I'm falling in love again
Ain't nothing I can do
Falling in love again
This time it's with you
When I fall
It's always the same
And I'm so tired
Of playing this game

It's been so long now
Since I gave up my heart
I've kept it locked down
I don't wanna get it armed
So let me tell you now
I just want to be sure
That you won't hurt me
Can you promise me that

domingo, 28 de outubro de 2007

Ainda daquela vez

Particularmente, nunca gostei do platonismo. Idealizações e, por falta de auto-estima, passividade. Nunca ação. E no final descobre-se que o sentimento era sim recíproco... isso faz sofrer.

Fragmentos

Reconheces algum?

- Amor... eu não consigo me lembrar da minha vida sem amor.
- Não tente, pois tudo o que faço é tentar lembrar da minha vida com ele...

"...aliás, ao amor já correspondido. É o pior que existe."

- Amor corrói o coração...
- ...mas depois reconstrói.

"The greatest thing you'll ever learn is just to love and be loved in return"

Como fui burra.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Rosa

Uma vez disseram algo para uma menina um pouco apegada ao ceticismo. Mal sabia a força, acreditava sem acreditar, queria acreditar mas via a impossibilidade da verossimilhança. Certo dia, pensou, imaginou com tanta força e certeza.

O que se imagina, acontece.

Ela quis a chuva e a chuva veio. Ela aguardava, lá, lá mesmo. E vinha alguém, que aparecia de surpresa. Era chuva. Um beijo, uma conversa, uma risada.

Mas quando deixa-se de acreditar, deixa de acontecer.

Ela fugiu daquilo. Boa sorte. Ela não consegue mais olhar as caras e bocas, não consegue mais se prolongar. Fala mas não faz, faz mas não fala. Fazer e falar. Ela deixou de acreditar na chuva e veio o sol. Ela deixou de acreditar na conversa e veio o silêncio.

Medo.

Sente-se num dia preto-e-branco. Sorriso de obrigada, mas não quero sorrir. Fica vai vai fica. Lembra-se que na bifurcação há três caminhos. Ainda dá tempo, mas não. A menina espera dos outros o que ela não consegue.

Ação.

Era uma vez uma menina que acreditava em contos de fadas. Tinha uma rosa. Um bilhete na grafia característica. Dia de sol, flores. Ela acreditava nisso, no dia que começaria a chover. Mas o medo fez com que fosse só um sonho. Era mais que sonho.

O que se imagina, acontece.

Lá é tudo tão mais fácil e bonito que o maçante dia-a-dia estraga a beleza dos contos de fadas. À menina só resta lembrar que ainda não pode dormir, esperando ser acordada. Inversão de papéis.

Menina, põe um pouco de magia e cor no teu conto de fadas, menina.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Você

Eu costumo ignorar meus sentimentos para não doer. A partir do momento em que isso vira um hábito, vou me desumanizando... Até aquele dia em que alguém descobre onde estavam escondidas todas aquelas coisinhas ignoradas.
E é aí que realmente dói.

Foi hoje, quando me veio uma surpresa. Via supresa, vi umas letras. Vi a imagem, o som. As piadas, as risadas características. O sorriso. Eu não sei porque o sorriso das pessoas me marca tanto. Cada um é sincero do seu jeito, passando um sentimento diferente para mim.

Aquele me passava felicidade. Eu me perdi no sorriso, mesmo que não o real, vi lá no fundo felicidade. Quando esquecemos das pessoas, esquecemos do mundo. O mundo não existe mais, só está lá, você, o sorriso, a felicidade. Sem preocupações.

Última vez que eu vi eu não acreditei que fosse última. Tinha que ter uma última vez. É... a euforia era tanta. Última vez que eu cheguei perto nem cheguei a ver.

Tenho tanta coisa para te contar. Preciso tanto dos teus sorrisos. E, agora... quando eu penso em alguém, só penso em você.

A lágrima é verdadeira.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Admiração

Me encontrei apaixonada por meus amigos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tarde de sol

Meio perdida. Buscando nos braços abraços. Mas, dos tantos que recebi, apenas o que eu sinto mais falta é onde eu poderia me achar.

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto.

Necessidade daquela tarde onde sentados ao pé da árvore e falamos de tudo. Tarde em que me senti protegida, depois de tanto tempo insegura. Acho que desde aquele dia eu não tenho um desabafo tão sincero com alguém. Falta alguma coisa. Falo, ouço conselhos, me sinto melhor. Mas falta alguma coisa.

Estou esperando uma segunda vez, uma segunda tarde em que nos jogaremos na grama, fecharemos os olhos e sentiremos o sol na cara. Riremos, conversaremos. Finalmente preencherei essa alguma coisa que está faltando.

Correr por aí, tirar essa máscara que pesa tanto. "Cansei de fingir que estou feliz". Como naquele sonho, de vestido amarelo. Com você que deitou comigo aquela tarde para me ouvir, e o abraço que me deu nesse dia foi o que senti ser o mais sincero.

Abraçar não é envolver com os braços. É envolver uma pessoa amada com a frase "estou aqui para você", em sua melhor forma, sincera e muda. Não tenho encontrado abraços, tenho encontrado braços numa imitação falha facilmente confundida.

A menina no balanço, o menino atrás dela. Agora o balanço estava vazio, não havia mais a quem empurrar, em quem se agarrar para sorrir.

Um dia a gente senta de novo lá. Faz tempo que não conversamos sem pensar no que o outro estaria pensando. Tem faltado um pouco de humanidade em nossas conversas. Vamos deitar mais uma vez no sol.

Cena

Imagine a cena: uma pessoa gritando no ouvido da outra, e ela parada como se nada estivesse acontecendo, completamente surda aos teus gritos.

Então, é isso.

domingo, 21 de outubro de 2007

Só se pode dormir depois do assunto acabar

É madrugada. Escuro, um ruído ao fundo. Não se consegue enxergar o rosto do outro, mas depois da convivência, não é mais necessário. Se pode ter certeza de sua expressão pela sua tonalidade. Até na falta de palavras se sabe.

Conversaconversaconversa. Assuntoassuntoassunto. Impressionante como pode existir duas pessoas tão incrivelmente iguais.

Felicidade.

sábado, 20 de outubro de 2007

Não sei mais

É de propósito? Acho que sabe como eu fico. Ah, esquece. Não vai adiantar nada. Cansei de palavras. Preciso de olhares. Preciso do som, do cheiro, do tato. Não queria ser tão direta. Você me perguntou e eu respondi. Não sei mais. Preciso descobrir e preciso que me ajude. Mas, droga, eu não sei falar isso pra você. Nem tenho coragem.

Que quantidade absurda de períodos curtos. Acho que é meio assim que eu estou, sem saber para onde olhar. Perdida. Agora você sabe, e eu não sei mais.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

As nove letras de uma máscara.

Como falaram hoje, é possível se esconder atrás de uma máscara, aqui. Nove letras. É, mesmo que não seja com o fim mencionado hoje (que eu concordo plenamente, aliás), eu queria saber o que tem por detrás das nove letras.

Eu realmente não gosto de ter que imaginar. Sabe, quando queremos acreditar numa coisa? Queremos tanto que nos convencemos de que é real, todo aquele universo imaginário. Ficamos felizes por uma ilusão projetada por nós mesmos. Suspiramos pelos cantos, encontramos sorrisos aleatórios em nossos rostos. Sonhamos, rimos, inventamos. Esse é o problema, inventamos. Muito fácil, muito útil, mas pode ser um tanto quanto decepcionante.

E, como já me encontrei em inúmeras invenções dizendo para o que eu inventei, invento e me iludo muito fácil. Talvez seja marca minha, um traço de personalidade. Talvez positivo, talvez negativo. É bem marcante, essa ingenuidade.

Mas... se, por detrás das nove letrinhas que me perseguiram ultimamente, minha invenção não é tão inventada assim, o que falo não é novidade. Já me embalei nessa dose, sabes muito bem, entorpeci. Não enxergo mais as coisas, enxergo o que invento. As vozinhas dizem de tudo. Às vezes enxergo o que invento, às vezes enxergo as coisas, às vezes invento porque enxergo as coisas, ou enxergo as coisas porque invento.

Não sei, preciso de algo melhor do que enxergar. Isso é, se atrás das nove letras dessa máscara for mesmo o que inventei.

Confuso.

Duas (?) de nove (?) para uma (?) só.

Well, who are you?
Who are you? Who, who, who, who?
I really wanna know.
Who are you? Who, who, who, who?
Tell me, who are you?
Who are you? Who, who, who, who?
'Cause I really wanna know...
Who are you? Who, who, who, who?

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Perdi.

É muito chato perder o jogo de tanto que penso em você.

As duas torres

Já colocado uma vez no antigo. Mas é daqueles que valem a pena.

— ...é como nas grandes histórias, senhor Frodo...
As que tinham mesmo importância.
Eram repletas de escuridão e perigo.
E às vezes você não queria saber o fim... Por que e como podiam ter um final feliz?
Como podia o mundo voltar a ser o que era, depois de tanto mal?
Mas no fim é só uma coisa passageira, essa sombra.
Até a escuridão tem de passar.
Um novo dia virá.
E quando o sol brilhar, brilhará ainda mais forte.
Eram essas histórias que ficavam na lembrança.
Que significavam algo.
Mesmo que você fosse pequeno demais para entender por quê.
Mas, senhor Frodo, eu entendo, sim. Agora eu sei.
As pessoas destas histórias tinham várias oportunidades de voltar atrás e não voltaram.
Elas seguiram em frente porque tinham no que se agarrar.

— E em que nos agarraremos, Sam?

— No bem que existe neste mundo, senhor Frodo, pelo qual vale a pena lutar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

22:22

Reza a lenda que tem alguém pensando em mim.

E aí?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Generally, I like it

Mas não dá pra entender, não ainda. Aprisionou-me naquele verde tão igual ao meu. Tentei fugir; tento há tempos, na verdade. Não dá. Provoco. Passo, não olho, sei que vou me perder no verde. Naquele quase verde que sei que está me seguindo. Não dá.

Virei hoje e me aprisionei. Lembrei daquele exercício do teatro, onde os olhares se prendiam. Mas não era exercício, era real. Quase uma corrente. E sorriso. Involuntário, talvez, mas sorriso. Conversa, mas não o assunto que tínhamos no olhar. O olhar dizia uma coisa e os lábios outra.

Um abraço-olhar, sim. Não sei se sabe, mas me sufoca. Provável que deixe de me sufocar somente quando os lábios e os olhares estiverem em sintonia. A mesma mensagem, o mesmo assunto, o mesmo sentimento.

Pela primeira vez, percebi uma coisa do verde-igual-ao-meu. Se não posso dizer o que está por detrás dele, pelo menos posso saber o que não está.

Eu gosto de poder saber disso.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Problema

Teu rosto virou área proibida para meus olhos. E as pessoas apropriam-se de tuas palavras como se isso não importasse.
Importa, elas não sabem o quanto. E nem sabem que eu sei.

Chega...

Odeio quando o teu olhar me sorri e os teus lábios proferem uma parede de auto-defesa que não me deixa seguir.

Preciso de um grito.

...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Impressionante...

...como algumas coisas subitamente fazem sentido. Nunca não o fizeram, mas uma luzinha se acendeu numa sala clara. Não havia o que desconfiar, não havia nada errado, na verdade.
Só que uma informaçãozinha a mais. E ela se encaixa perfeitamente.

Ei, quem disse que isso é bom? Na verdade, acho que é um probleminha. Problemas, problemas, o fazem viver mais. Como foi que me disse uma vez? "Eles tiram a monotonia, te testam e forçam a autosuperação, angustiam e essa angustia é combustivel, te faz sentir vivo... faço-me entender?"

Vamos ver, vamos ver, espero.

Degrau quatro e meio

E essa nostalgia que me veio... Afinal, é tudo sobre o degrau quatro e meio. Expectativas. Eu gosto, te digo que gosto. Talvez não assim, mas gosto, amo. Degrau quatro e meio.
Imagina se fosse que nem aquela última vez. Sabe, quando inflamamos aqueles olhos brilhantes.
"Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Valeu a pena, tem que valer de novo. Daquele jeito, daquelas emoções que trasbordavam. Lembrei da história do lepidopterologista. Quero ficar que nem ele. E correr para o abraço no final. Um sorriso. Dois, três, vários sorrisos.

Degrau quatro e meio.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Só sei...

Já disse para uma, duas, três pessoas. Me perco nesses olhares. Não entendo teus sorrisos, tuas falas, teus gestos, não entendo teu silêncio. Aquela distância que era tão pouca, mas... tanta. Um último olhar, sabendo que não era último. Um sorriso disfarçado. Desviamos o olhar, pois não sabemos se foi o último. Ainda não sei o que se passa por detrás deles. Pude imaginar, não posso mais.

Acho que não sei de mais nada.

Confusão

Eu realmente não entendo as pessoas. Eu não entendo mais o que eu gosto. Eu não entendo mais o que eu rio. Eu não entendo mais o que eu acho chato.

Porque agora eu não gosto do que gostava, não rio do que ria, rio do que não ria, gosto do que não gostava. Mas, ao mesmo tempo, nada mudou.

Sabe, talvez eu esteja confusa.

Meu amor

O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar... me diz, o que você faria?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Chute

Sabe quando você tem vontade de chutar alguém? Daqueles chutes bem fortes, que a pessoa cai de cara no chão.

Sabe quando esse alguém que você tem vontade de chutar é você? Então.

Cheguei em casa

Para aqueles que têm um tanto de paciência. Um dos meus favoritos.


Fazia anos que não conversávamos.

Acordava de manhã, com aquele som do despertador de todos os dias. Abria os olhos, colocava o pé direito no chão, seguido do esquerdo: uma superstição que virara um hábito automático com o passar do tempo. ia ao banheiro, escovava os dentes, girava a torneira quente do chuveiro... Mais um dia... Enquanto isso, a ouvia bocejar no quarto, sonolenta, provavelmente pensando na mesma coisa... Mais um dia... A fumaça que saía do chuveiro embaçava o espelho, me embaçava, distorcia... Mais um dia.

Café da manhã; era como se estivéssemos sozinhos. Um ignorava a presença nula do outro. Aliás, lembrei-me da sua existência essa manhã, quando nossas mãos - não, não me atrevo a dizer que tanto, talvez apenas as pontas dos dedos -, no instante em que nós dois resolvemos pegar a manteiga, se tocaram levemente, numa fração de segundo que foi eterna.

Segurei sua mão, a puxei para junto de mim, beijei-a ardentemente. Um pedido de desculpas por todos esses anos de silêncio ecoava nos pensamentos... Essa imagem mental quase distorceu meu rosto num sorriso. Mas, em vez disso, simplesmente retirei a mão, como se nada tivesse acontecido. Respirei fundo, coloquei o pão sem manteiga na boca. Mastiguei-o sentindo seu gosto pela primeira vez em anos. Como era difícil, tudo isso. Engoli com alguma relutância, dei os laços nos sapatos e saí para a rua, como sempre.

A cada passo que dava, ficava mais sozinho. Por que será, isso?

Talvez porque quanto mais estou sozinho, mais eu me vicio em ser sozinho. Acho que a solidão sempre foi minha companheira, me deu seu abraço carinhoso quando mais precisei, quando ela me negou. Não sei se houve uma briga. Não sei se houve lágrimas. Procurei nas profundezas da minha memória quando foi que tudo isso começou. A solidão me apresentou e me ensinou algo que eu nunca havia percebido antes. Silêncio. O sol batia numa grade, cujos desenhos eram de um gosto muito particular. Sua sombra seguia a linha da calçada.

Cheguei em casa, cumprimentei-a, dando um rápido beijo em seus lábios, como fizera até então. "Te amo". Quando que o sujeito saiu da frase? "Também." Também o quê? "Espero que teu dia tenha sido bom".

Cheguei em casa, cumprimentei-a, dando um rápido beijo em seus lábios. "Espero que teu dia tenha sido bom". Pior agora...

Cheguei em casa, cumprimentei-a. "Espero que teu dia tenha sido bom".

Cheguei em casa, cumprimentei-a.

Cheguei em casa.

A sombra da grade já estava longe da linha da calçada. Anos em segundos. Continuei andando... Ela existia, afinal, vivia também aquela vidinha. Mas a solidão era cômoda. Tinha casa, dormia até que bem, comia bem. Uma vidinha de máquinas.

"Mas você não é só, você é casado". Minha mente, já levemente atordoada peso álcool, pensou o que há anos pensava. Era o que dava, falar com desconhecidos. "O oposto da solidão não é o 'estar juntos', mas a indimidade".

Era verdade. Quanto menos intimidade, mais sozinhos ficamos. Sem confiança, transformando a vida lentamente num sistema de engrenagens. Nada a fazer, nada a pensar. Talvez por orgulho, não tentamos reconquistar a intimidade.

Não tinha nada a ser feito, estaria fadado a ser só, para sempre...

Cheguei em casa.