quarta-feira, 11 de junho de 2008

Doze

Chegarei em casa sem o perfume de pétalas de rosas. Chegarei sem o sorriso, sem o brilho no olhar. Descabelada, sem ter por quem me arrumar. Normal. Normal quando não devo. Sem as pétalas espalhadas no chão e no coração. O ar vermelho que entra pela boca e dá uma volta pelo pulmão. Acelera a respiração. Chegarei em casa sem alguém para dar a mão, chegarei perdida em solidão. Solidão não só, mas somente só. Faltará o porque sorrir longe, porque não quero mais sorrir perto. Sem suspiros, sem a meia-luz, sem a vela que nos ilumina. Chegarei em casa como todos os dias, pois nunca foi diferente, e não será tão cedo.

Aparentemente.

4 comentários:

Utak disse...

contigo é assim também?
lindo, lindo. Foste tu que escreveste?

disse...

Sim senhor, Ugo. :)

Comigo é exatamente assim. Há vários anos.

Utak disse...

escreves muito bem, sabe?
É, comigo é assim há algum tempo também. :(

Ana Julia Rosas disse...

Nossa re, acabei de escrever um texto no meu blog muito parecido. Mas o seu resume tudo!