segunda-feira, 8 de junho de 2009

Recordar

O sol brilhava no céu e iluminava as pedrinhas de piche do asfalto. Da pedrinha mais brilhante, saiu uma flor com a cor do sol. Cresceu vendo e admirando o sol, até que uma pétala caiu e foi levada pelo vento.

Essa pétala dançou por entre crianças a brincar de corda. Entrou no metrô e repousou no ombro de um homem que dormia. Quando este se levantou, a acabou caindo ao lado de uma carteira, que foi pega e levada até um bar, onde, em meio ao bafo alcoólico e ao perfume que ainda restava na pétala, ouviu-se um triste adeus.

O vento chegou mais uma vez, a pétala rodopiou até repousar serenamente ao lado de dois pares de pés. A pétala procurou pelo sol e, ao olhar para cima, viu que dois grande braços passavam em volta da menina dona de um dos pares de pés e, de repente, os pés dela já não encostavam mais o chão.

Foi aí que a pétala percebeu, com delicadeza, que já não precisava mais passear por aí se esses abraços continuarem a existir. Sorrisos por sorrisos, que fiquemos então com aqueles que deixarão saudades.

Um comentário:

Vivian Tsuzuki disse...

Acho que os nossos sonhos conversam.