segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tarde de sol

Meio perdida. Buscando nos braços abraços. Mas, dos tantos que recebi, apenas o que eu sinto mais falta é onde eu poderia me achar.

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto.

Necessidade daquela tarde onde sentados ao pé da árvore e falamos de tudo. Tarde em que me senti protegida, depois de tanto tempo insegura. Acho que desde aquele dia eu não tenho um desabafo tão sincero com alguém. Falta alguma coisa. Falo, ouço conselhos, me sinto melhor. Mas falta alguma coisa.

Estou esperando uma segunda vez, uma segunda tarde em que nos jogaremos na grama, fecharemos os olhos e sentiremos o sol na cara. Riremos, conversaremos. Finalmente preencherei essa alguma coisa que está faltando.

Correr por aí, tirar essa máscara que pesa tanto. "Cansei de fingir que estou feliz". Como naquele sonho, de vestido amarelo. Com você que deitou comigo aquela tarde para me ouvir, e o abraço que me deu nesse dia foi o que senti ser o mais sincero.

Abraçar não é envolver com os braços. É envolver uma pessoa amada com a frase "estou aqui para você", em sua melhor forma, sincera e muda. Não tenho encontrado abraços, tenho encontrado braços numa imitação falha facilmente confundida.

A menina no balanço, o menino atrás dela. Agora o balanço estava vazio, não havia mais a quem empurrar, em quem se agarrar para sorrir.

Um dia a gente senta de novo lá. Faz tempo que não conversamos sem pensar no que o outro estaria pensando. Tem faltado um pouco de humanidade em nossas conversas. Vamos deitar mais uma vez no sol.

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