quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Memorioso

E as mãos escorregam delicadamente para onde o sentimento é mais forte que a razão. Entram em uma região onde o significado de um simples toque seja muito mais do que amor, muito mais do que beijo, muito mais do que história e do que tempo. E um olhar – ah, só um relance, numa ínfima fração de segundo – faz com que as lágrimas sorriam com o choro dos lábios. Silencioso. É uma beleza lírica, linda, sorridente e pura. Nada demais, nada de sofrimentos. Muito mais do que as mais doces lembranças, com as oito cores do arco íris e os doces sinos de cada voz cantante. Como se o veneno elevasse cada parte do corpo, dançarino e voador, girando e girando e girando…

E, menos de meio segundo depois, o toque cessa, os passarinhos cantam, os cães ladram, o mundo continua, talvez um pouco mais bonito.

5 comentários:

Vivian Tsuzuki disse...

Eu gostaria de entender a relação texto-autora. Digo, de que forma o texto reflete no que você está passando. Em síntese, faz tempo que não nos falamos decentemente!

Utak disse...

Lindo, mas...
Parece um pouco sexual... assim, nada demais... ^^"

yuribt disse...

Belo.

E me lembra algo de princípio e criação, de descobrimento do mundo e de admiração fundante, de processo de conhecimento e de poesia e de filosofia. E é por isso que os homens morrem.

(E aquela música que a Elba Ramalho, o Geraldo Azevedo e o Zé Ramalho cantam vem a minha cabeça - o princípio do prazer / sonho que o tempo não desfaz / o meu coração me diz / fundamental é ser feliz.)

Aliás, posso fazer uma citação no meu blog desse texto?

yuribt disse...

Feito!

Utak disse...

Eu tento entender esse texto, mas encontro tantas possibilidades que não consigo traduzí-lo. É lindo só pelo que é, mas não consigo passar por ele. Como se ele fosse um obstáculo para ele mesmo, ou um enigma indecifrável. Um labirinto textual, algo que não consigo entrar sem referências, nem sair sem me perder.