terça-feira, 24 de março de 2009

Fundo de verdade

Aquele sorriso involuntário – aquele que sempre se ouve falar mas nunca se sabe se é realmente aquele – aparentemente está se formando. O que começou como brincadeira, se transformou num segredo que nem mesmo ela quer saber. Muito mais gostoso como brincadeira, mas brincadeira é coisa séria. É verdade. As falas não são tão acompanhadas de risadas, e os olhares não são mais acompanhados de um olhar para cima conformado.

Não. Agora é tudo aquilo de sempre e de nunca. É uma esperança pequenina, uma história a ser inventada. A brincadeira virou imaginar o que não é mais brincadeira. E aquele lirismo volta a aprecer, seja na flor caída ou na tarde nublada. Seja no frio, na camisa enrolada, no suspiro ou no reflexo do espelho. As risadas sem motivo real são as mais lindas.

Tudo é lindo, e a brincadeira é deliciosa. Mais ainda se não for de brincadeira.

E um sorriso involuntário distorce levemente o rosto quando tudo lhe diz para ficar inerte. Uma risada interna, um desviar de olhos, e diz que tudo é brincadeira.

2 comentários:

Utak disse...

Ah... A paixão...
Seu gosto é intrigante. Ela vem como um aftertaste, e cresce, feito bexiga, dentro da nossa boca. Quando percebemos, já subui à nossa cabeça, e não sai de lá. Nunca sei direito o que é esse sentimento...

adoro teu jeito de escrever, Rent

Utak disse...

me promete que você vai virar escritora?