sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Um mês depois.

Não me deixo chorar.
Não deixo lágrimas escorrerem.

Há um aperto. Ele se chama nostalgia. Vem do nada e fica lá.
Há um buraco. Ele se chama falta. Vem do lada e fica lá.
Há um sorriso. ele se chama felicidade. Vem do nada e fica lá.

E a mistura de aperto com buraco, temperado de sorriso, como é?

Já sentiu saudades?

Observações gerais

É engraçado como simplesmente não me permito escrever sobre aquilo que realmente me incomoda. Ignoro, ou prorrogo o suficiente para não deixar a dor tomar memória. Não penso se vale a pena lembrar dessa dor - dor tal que não tenho culpa, não tenho como impedir, ela só me vem. Escrevo sobre dores que procuro, dores que vou atrás, dores que contam uma história e dores que valem a pena lembrar. Mas, aquela dor que realmente dói, aquela da falta, da perda, essa não me atrevo a escrever. Não enquanto a sinto. Talvez eu tenha medo de, ao reler, sentí-la novamente. Me dói e simplesmente não quero guardar essa dor nem mesmo liricamente.